29-04-2014 15:02

Aumentam crimes e burlas através do computador

A vulnerabilidade dos computadores e dos telefones volta a preocupar as autoridades. O último relatório sobre Segurança mostra que os portugueses continuam a ser um povo de bons costumes, mas cada vez mais enganado pela internet.  
 
Desde 2011 que os números de crimes informáticos não param de crescer. As burlas informáticas cometidas através da Internet tiveram um crescimento acentuado até 2009 em Portugal, tendo diminuído em 2010, devido à experiência acumulada pela Judiciária no combate a este tipo de criminalidade. Mas já voltou tudo ao mesmo e ninguém pode navegar descansado pela internet.  
 
Em causa, nas burlas informáticas, está a transacção fraudulenta de inúmeros bens de consumo, desde medicamentos, telemóveis ou máquinas fotográficas até carros e apartamentos.  
 
Na área geográfica da Directoria do Centro da PJ, os processos por burlas informáticas totalizaram, em 2010, cerca de 750 mil euros de prejuízos causados às vítimas, quando em 2009 esse valor tinha sido de 1,2 milhões de euros. Mas já voltaram a subir.  
 
Contactada pelo nosso jornal, a PSP, através da assessoria de comunicação, fez saber que "assistimos no primeiro trimestre de 2014 a um ligeiro acréscimo (não alarmante, mas não deixa de ser acréscimo) das burlas praticadas através de falsos anúncios na internet, sejam supostas vendas de objectos ou estadias de férias".  
 
Na resposta enviada a O DIABO, a PSP aconselha a "que os cidadãos não façam qualquer transferência bancária ou via PayPal ou qualquer tipo de pagamento antecipado, sem terem a certeza inequívoca de que não serão burlados".  
 
Carteiristas em baixa  
 
A mudança do género de crime praticado no nosso País acompanha as tendências do século XXI. Os roubos por esticão ou os carteiristas parecem ter os dias praticamente contados. Agora, é muito mais fácil para um ladrão vigarizar através da internet.  
 
A PSP de Lisboa, no que concerne à questão dos furtos por carteirista, assegura que "o eléctrico 28 e o 15 estão há muito referenciados" e "este trabalho tem-se reflectido num decréscimo deste fenómeno nos últimos dois anos".  
 
E nem a crise serve de desculpa para o aumento do sentimento de insegurança. "À boleia da crise económica e financeira não veio uma crise de segurança", frisa a Polícia de Segurança Pública. "Em 2013, a tendência de descida da criminalidade geral e da violenta e grave na área da PSP mantém-se, pelo que no primeiro trimestre de 2014 registamos uma descida de cerca de 6%. Nas grandes capitais, como Lisboa, a PSP alerta precisamente para os furtos relativos à propriedade e furtos de ocasião (objectos deixados à vista dentro das viaturas, residências mal fechadas/trancadas, distracções em locais de grandes aglomerados de pessoas, etc)", lembra a autoridade, em resposta ao nosso jornal.  
 
Ataque contra a PGR  
 
A página na Internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa não escapou e foi alvo de um ataque informático na sexta-feira, 25 de Abril, por parte do grupo "Anonymous Portugal".  
 
"Tanto quanto sabemos, a página oficial da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) foi a única a ser atacada. As investigações e as diligências já estão em curso e estamos a trabalhar no sentido de se apurar os autores deste ataque informático. Não é a primeira vez que este tipo de situações acontece e provavelmente não será a última", referiu à agência Lusa uma fonte policial.  
 
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República confirmou que "servidores que alojam 'sites' do Ministério Público foram alvo de um ataque informático".  
 
A nota acrescenta que "foram tomadas todas as providências necessárias para resolver a questão do ponto de vista técnico", e "logo ontem [25 de Abril] foi também aberto um inquérito-crime com vista à investigação destes factos".  
 
O ataque terá tornado acessíveis 'online' dados pessoais de mais de dois mil procuradores do Ministério Público, entre os quais nomes, números de telemóvel ou telefone fixo, para além de senhas de acesso à área reservada aos magistrados na página da PGDL.  
 
Menos crimes violentos mais violência doméstica  
 
A criminalidade violenta e grave desceu 9,5%, em 2013, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna. De acordo com o relatório, que apresenta os principais resultados da criminalidade e actividade das forças e serviços de segurança, em 2013 registaram-se menos 2.123 casos de criminalidade violenta e grave.  
 
Relativamente à criminalidade geral, o relatório revela que desceu 6,9%, tendo a PSP, GNR e Polícia Judiciária recebido menos 27.375 participações no ano passado em relação a 2012.  
 
Segundo os dados divulgados, o crime que mais subiu, no ano passado, foi a violência doméstica (mais 3,1%) e "furto de oportunidade de objectos não guardados" (mais 19,8%). O aumento de crimes de violência doméstica é de 3,1 %, com mais 640 casos registados pelas polícias. A violência doméstica resultou na morte de 40 pessoas no ano passado, 30 mulheres e dez homens, mais três do que no ano anterior.  
 
No que toca a criminalidade violenta e grave, os crimes que mais subiram foram os assaltos a postos de combustíveis, estações dos correios, transportes públicos e farmácias, assim como situações de rapto e sequestro.  

O Diabo | 29.04.2014

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